sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Canhoto da Paraíba

Vindo de uma família de músicos, Canhoto da Paraíba aprendeu a tocar o violão quando era muito jovem. Como ele é zagueiro (canhoto) e havia apenas um instrumento para ser compartilhado por ele e seus irmãos, ele aprendeu a jogar em uma posição invertida, observadores deslumbrantes com sua prodigiosa técnica de solo em uma configuração tão desfavorável. Ao longo de sua carreira, ele não só participou de centenas de gravações e apresentações de rádio, acompanhando as estrelas da música, mas também era um mestre reconhecido, tanto como instrumentista como compositor. Os seus choros mais bem sucedidos, "Com Mais de Mil" e "Visitando o Recife", são do mais alto nível do gênero, sendo alguns dos mais representativos do estilo Choro Pernambucano (o estilo desenvolvido em Pernambuco que apresenta características individualizadoras em relação ao Choro Carioca).

O desenvolvimento do gênero choro no Nordeste foi semelhante ao processo Carioca, onde várias saídas de rádio mantiveram regionais (pequenos conjuntos acompanhantes). A diferença é que no Rio, os regionais foram liderados por flutistes ou mandolinistas, enquanto no Nordeste tinham violonistas (guitarristas acústicos) como líderes; Canhoto da Paraíba foi um desses.

Em 1953, ele assinou com a Rádio Tabajara em João Pessoa PB, ficando lá por cinco anos. Lá, ele organizou sua primeira região. Em 1958, ele retornou ao Recife PE e foi contratado pela Rádio Jornal do Comércio, sendo apresentado no show Quando os Violões se Encontram, em que Miro José (que apresentou o violão de sete cordas em Pernambuco), Tozinho, Wilson Sandes, Ernani Reis, Romualdo, Ceça, Zé do Carmo e outros também costumavam realizar. Nesse período, ele atuou regularmente com mestres de choro, como o mandolinista Rossini Ferreira, o acordeonista Sivuca e o mandolinista Luperce Miranda. Em outubro de 1959, juntamente com João Dias, Dona Ceça, Zé do Carmo e Rossini Ferreira, da Paraíba foram ao Rio de Janeiro sendo louvados por ícones como Pixinguinha, Radamés Gnattali, Jacob do Bandolim e Paulinho da Viola, que homenagearam para ele com o choro "Abraçando o Chico Soares" (1971) e com a produção do LP Canhoto da Paraíba: Com Mais de Mil (Marcus Pereira, 1977). Em 1993, gravou o CD Pisando em Brasa (Caju Music).

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