quinta-feira, 9 de novembro de 2017

César Guerra-Peixe

Compositor brasileiro nascido em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, que valorizou especialmente o folclore brasileiro, produzindo composições modernas de notável pela riqueza e autenticidade cultural. Filho de imigrantes portugueses de origem cigana, aos 9 anos já tocava violão, bandolim, violino e piano. Viajou freqüentemente com a família pelo interior do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, assistindo freqüentemente a grupos folclóricos, o que marcou muito sua infância. Aos 11 anos, matriculou-se na Escola de Música Santa Cecília, em sua cidade natal, para estudar solfejo, piano e violino. Estudou violino com o professor Gao Omacht, e dois anos depois recebia seu primeiro prêmio: uma medalha de ouro por seu aproveitamento na classe de violino. O violino foi o motivo principal de sua transferência para o Rio de Janeiro, onde estudou técnica violinística e teve aulas particulares de piano com Paulina d’Ambrósio. Ingressou (1932) no então Instituto Nacional de Música, a atual Escola de Música da UFRJ, onde começou, de fato, a sua formação teórica: além do violino, estudou harmonia e música de câmera, e onde, para sobreviver, passou a trabalhar como músico em orquestras de salão que tocavam em confeitarias e bares, além de integrar um trio alemão que se apresentava na Taberna da Glória. Ingressou no Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro (1943), para se aperfeiçoar em contraponto, fuga e composição, e estudou com Hans Joachim Koellreuter, com quem se familiarizou com a música serial e foi o primeiro aluno a concluir o curso de composição do Conservatório. Assinou contrato com uma radioemissora do Recife (1947), para realizar meticulosa coleta de material folclórico pernambucano, como os catimbós e maracatus. Passou a residir em São Paulo (1953) e dedicou-se à mesma atividade no interior do estado, a partir de que estava convencido de que não existe música ou arte verdadeira sem sólidas raízes culturais. Morreu no Rio de Janeiro, deixando uma belíssima obra composta de peças sinfônicas como as suítes Abertura solene (1950) e Museu da Inconfidência (1972) e a música de câmara, como o Concertino para violino e orquestra (1972), o Duo para clarineta e fagote 1970).

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