quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

André Mehmari

Pianista, arranjador, compositor e multiinstrumentista. Músico de destaque no cenário nacional, é autor de composições e arranjos para algumas das formações orquestrais e câmera mais expressivas do país, como OSESP, Quinteto VIlla-Lobos, OSB, Quarteto de Cordas da Cidade de S.P, entre outros. Como instrumentista, já atuou em importantes festivais brasileiros como Chivas, Heineken, Tim Festival e no exterior, como Spoleto USA e Blue Note Tokyo. A discografia já reúne oito cds solo, além de participações em numerosos projetos.
André Mehmari nasce em Niterói em 22 de abril de 1977 e encontra a música ainda na primeira infância, influenciado pela mãe, a quem assistia tocar piano na sala de casa. O interesse pela música persiste e aos oito, ingressa numa escola de música em Ribeirão Preto, para onde a família havia se mudado. Nessa época, descobre o jazz e a improvisação.
Aos 11 inicia carreira profissional e aos 13, integra trios, quartetos e faz apresentações solo em casas especializadas em jazz. Desta época datam as primeiras composições e arranjos para grupos musicais da cidade. A precocidade do jovem músico vira notícia na TV, jornais e revistas. Ainda adolescente, começa a ensinar música e compõe pequenas peças de caráter didático, a convite de uma escola de música local. O resultado, 21 Peças Líricas, é um moderno complemento para musicalização infantil, aplicado com grande sucesso.
Por duas vezes, é selecionado para participar como bolsista do Festival de Inverno de Campos do Jordão (1993 e 1994). Em 93 é orientado por Roberto Sion e Gil Jardim, integrando a big band do festival, com a qual atua até 96. Em 94, tem a oportunidade única de conhecer o lendário maestro Moacir Santos, participando de sua classe de arranjo. Depois, realiza seu primeiro concerto com composições próprias no Festival Internacional Música Nova, em Ribeirão Preto (1995). Pouco depois, retornaria para o Festival de Inverno de Campos do Jordão como solista acompanhado pela Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo (1999).
Muda-se para São Paulo em 1995, para prosseguir os estudos de piano erudito com Amílcar Zani no Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Paralelamente ao estudo autodidata de arranjo e composicão na biblioteca da faculdade, freqüenta aulas de Willy Corrêa, Olivier Toni, Régis Duprat e Lorenzo Mammi, entre outros. Assim inicia a fase dos prêmios e distinções.
Recebe duas vezes o Prêmio Nascente (USP-Editora Abril): na categoria Música Popular-Composição, com os temas “De Sol a Sol” e “Capim Seco” (1995), e na categoria Música Erudita-Composição, com “Cinco Peças para Quatro Clarinetes e Piano”, dedicada ao grupo de câmara Sujeito a Guincho (1997).
Em âmbito nacional, conquista o primeiro lugar no Prêmio VISA de MPB Instrumental (1998) e é amplamente elogiado pela crítica e público. É assim que grava seu primeiro disco, pela Gravadora Eldorado, ao lado do contrabaixista Célio Barros, também premiado no certame. Pouco depois, os dois se juntam ao baterista Sergio Reze e lançam o CD “ Odisséia” (1998), baseado na improvisação total.
Participa como co-autor e pianista no disco-balé “Soprador de Vidro”, de Gil Jardim, tendo uma composição sua interpretada por Milton Nascimento (1998). Cria e grava a música do balé “Sete” (1999), produzido pela Companhia Paulista de Dança, inspirado em textos de Nelson Rodrigues.
A convite da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, compõe e rege “Enigmas para Contrabaixo e Sopros”, para o concerto comemorativo dos dez anos de existência do grupo. Escreve uma peça para concerto especial da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) com a Banda Mantiqueira, sob regência de John Neschling, que se torna CD (2000).
Após conquistar o primeiro lugar no concurso nacional de composição “Sinfonia para Mário Covas” com sua Sinfonia Elegíaca, o multiinstrumentista lança o álbum “Canto” (1999), onde toca cerca de vinte instrumentos musicais. No Heineken Concerts, marca presença como pianista e arranjador, ao lado de Mônica Salmaso, Proveta, Rodolfo Stroeter, Tutty Moreno e Toninho Ferragutti (2000). No ano seguinte participaria do Chivas Jazz, no quarteto de Moreno.
Com a composição “Omaggio a Berio”, baseada na música do compositor itaiano Claudio Monteverdi (1567-1643), vence o concurso nacional de composição “Camargo Guarnieri” (2003), promovido pela Orquestra Sinfônica da USP.
Por ocasião dos 450 anos da cidade de São Paulo, compõe “Sarau pro Vadico”, uma fantasia para orquestra sinfônica e quinteto de clarinetes, a partir de temas do compositor paulistano Oswaldo Gogliano, o Vadico. A estréia se deu no Theatro Municipal da cidade, com a Orquestra Experimental de Repertório. No mesmo ano, grava o álbum “Lachrimæ” onde equilibra composições próprias com clássicos da nossa música em arranjos de grande originalidade. Com distribuição mundial, no inovador formato Super Audio CD, Lachrimae vem recebendo elogios da crítica, no Brasil e no exterior.
Em duo com Ná Ozzetti, lançou "Piano e Voz", considerado pela crítica uma obra prima. Ainda em 2005, compôs o quinteto para piano e cordas "Angelus", encomendado pelo Quarteto de Cordas de São Paulo por ocasião dos 70 anos do grupo, com o qual se apresentou como pianista. Suas composições têm sido executadas por alguns dos mais expressivos grupos de câmara e orquestrais brasileiros. Recentemente apresentou um programa com composições suas dedicadas a Mozart, com a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo.
Em julho de 2006, sua "Suíte de Danças Reais e Imaginárias" (encomendada em 2005 para o concurso internacional de regência) foi estreada pela OSESP na Sala São Paulo e tocada na abertura oficial do festival de inverno de Campos do Jordão. Ainda em 2006 participou com seu trio no TIM Festival, no palco de jazz, compôs o balé " Atmosferas" (para a compania Cisne Negro, por encomenda da Banda Sinfônica do Estado de SP) e lançou o DVD "Piano e Voz" com Ná Ozzetti. Recebeu o prêmio Carlos Gomes de música erudita brasileira na categoria "revelação do ano" e foi nomeado 'compositor residente' da BESP.
Criou fantasias orquestrais baseadas na música de Jobim, Villa-Lobos e Chico Buarque, apresentadas no Maracanã, na cerimônia de abertura dos Jogos Panamericanos Rio 2007, obtendo grande sucesso. Ainda em 2007 teve uma composição sua (com letra de Arthur Nestrovski) interpretada por Maria João Pires, Ricardo Castro e grupo de câmara, numa Schubertíade, em Madri. Atuou como pianista na orquestra brasileira da compositora Maria Schneider em festival realizado em Ouro Preto (Festival Tudo é Jazz) . Lançou dois Cds, 'Contínua Amizade' (CD vencedor do Prêmio Rival/Petrobrás na categoria instrumental) e Gismontipascoal (Prêmio da Música Brasileira), dedicado à música de Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal, em duo com o bandolinista Hamilton de Holanda. O CD 'de Árvores e Valsas...' , foi seu primeiro trabalho dedicado inteiramente `as suas composições.Este CD também figurou em algumas importantes listas de 'melhores do ano'.
Em 2008 participou com Ivan Lins da edição comemorativa de 30 anos do projeto Pixinguinha, em turnê pelo nordeste do Brasil. Escreveu um divertimento para clarinete, piano e banda sinfônica, atuando como solista ao lado de Gabriele Mirabassi e BESP. Com o album 'Nonada' foi indicado ao Grammy Latino. Estreou em novembro, concerto inédito para trio de jazz piano e orquestra de cordas na série de câmara da OSESP, na prestigiosa sala São Paulo, com lotação máxima.
Estreou em novembro de 2009, concerto inédito para trio de jazz piano e orquestra de cordas na série de câmara da OSESP, na prestigiosa sala São Paulo, com lotação máxima. Entre as composições do ano de 2009, destacam-se o balé "Ballo" para a São Paulo Companhia de Dança, Concerto para Fagote e Cordas e Strambotti, para clarinete, acordeom e cordas, além de quatro obras baseadas em sonatas de Scarlatti, estreadas na Itália pelo renomado pianista Andrea Lucchesini. Criou e estreou o espetáculo 'Afetos', onde explorou inusitadas pontes entre a música barroca e a canção brasileira.
Lançou no mesmo ano o CD Miramari (registrado em 2008), com Gabriele Mirabassi, recebido como um dos melhores discos do ano. Em 2010 escreveu Contraponto, Ponte e Ponteio, para a Orquestra Petrobras Sinfônica, estreada sob regência de Isaac Karabtchevsky no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Sob encomenda da Deutsche Welle (TV alemã) escreveu 'Cidade do Sol', para a Sinfônica Heliópolis. A obra foi estreada com sucesso no Beethovenfest, em Bonn, Alemanha. Acaba de lançar novo CD com Hamilton de Holanda, Gismontipascoal (Prêmio da Música Brasileira), dedicado à música de Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal.
Afetuoso, lançado em 2011 no Japão pelo selo Celèste, volta ao formato de trio. Canteiro, álbum duplo que conta com muitas participações especiais é o primeiro CD dedicado à sua produção de canções. Lançou em 2012 o álbum Triz, em parceria com Sérgio Santos e Chico Pinheiro. Em 2010 assinou contrato com o principal selo italiano comtemporâneo, EGEA, para o qual irá gravar cinco discos nos próximos anos. Gravou em 2011 um DVD/CD em parceria com a Orquestra a Base de Sopro de Curitiba. Em 2012 estreou um duo de pianos com o português Mário Laginha dentro do projeto "Casa de Bamba" para o qual foi o primeiro 'artista residente' convidado do Auditório Ibirapuera.
Em 2015 iniciou duos com o bandolinista Danilo Brito e o multiinstrumentista Antonio Loureiro. Lançou 'As Estações na Cantareira', com Sérgio Reze e Neymar Dias.
Desde 2014, Mehmari conta com o apoio da Yamaha Musical do Brasil para seus concertos e recitais.

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