quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Yuri Popoff

Nascido em Espinosa e criado em Montes Claros, Yuri Popoff iniciou seus estudos no Conservatório Lorenzo Fernandes. A sua formação acadêmica foi na Universidade Federal de Minas Gerais, com o contrabaixista Wilson Aguiar. Estudou com o professor Ykeda Makoto em São Paulo – Contrabaixista da Orquestra Sinfônica de Nova York. Atuou como profissional em 1975, na Orquestra Sinfônica de Campinas, e em 1979 se tornou integrante da Orquestra Sinfônica do Estado de Minas Gerais.
Nos anos 1980, também, inicia sua carreira de compositor, com a canção "Era só começo nosso fim". Suas composições foram gravadas por instrumentistas como Toninho Horta, Mauro Senise, Vittor Santos, Dário Galante, Esdras Ferreira (Nenem) e Marcos Suzano; por cantoras como Selma Reis, Simone Guimarães, Clara Sandroni, Angela Evans, Jackei Requer e Leny Andrade e por jazzistas como Wayne Shorter, Marck Egan, o guitarrista coreano Jack Lee, o violinista austríaco Rudi Berger e o pianista francês Manuel Rocheman.
Em 1993 recebeu o Prêmio Sharp de Música Instrumental, ao lado de Altamiro Carrilho, Paulo Moura e Hermeto Pascoal, garantindo o Prêmio Revelação com o
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elogiado CD "Catopê". Seu segundo CD "Era só começo..." foi uma produção independente, sendo lançado em 1998.
Entre 1993 e 1997 lecionou no CIGAM (Escola de Ian Guest), e ainda como professor de harmonia e arranjo em música popular nos Festivais de Ouro Preto e Internacional de Brasília. No Conservatório de Música do Rio de Janeiro coordenou o curso de Música Popular Brasileira, com Cecília Conde e Roberto Gnatali. Participou da produção de vários CD's do circuito carioca.
Sua experiência e relacionamento com o artista Toninho Horta, assim como, com integrantes do Clube da Esquina foi muito importante para sua formação e influências. Associado a isso, suas influências musicais folclóricas vindas de Mestre Zanza, Capitã Pedrina, e com sua formação acadêmica formaram e constituem grande papel em sua música autoral.
Em 1995 Yuri Popoff foi convidado pelo grupo de teatro Baiyú de Belo Horizonte para criar a trilha sonora original do espetáculo “Cuenda”, que levou ao palco a trajetória do Congado Mineiro desde a chegada dos negros africanos no Brasil até a atualidade. A peça contou com a colaboração e participação dos músicos Márcio Bahia – baterista e percuissionista - Marcílio Figueiró - violonista, Lena Horta - flautista e Chiquinho Chagas – Sanfona, nos vocais Chandra Many, Simone Guimarães e Paulo César Castilho
A partir desse, Yuri Popoff produziu a trilha musical da peça “Cuenda”, que aborda a história do Congado Mineiro. “Cuenda” resultando e vasta pesquisa sobre o tema e na produção do CD “Lua no Céu Congadeiro”, lançado em 2005, muito elogiado pela crítica e imprensa brasileira.
Yuri Popoff mergulhou fundo nas manifestações que, por mais de 300 anos, se perpetuam no interior do país antevendo-se ao interior de Minas Gerais. Esteve em Montes Claros, Januária, Minas Novas, Jequitibá, Diamantina, Milho Verde, Conselheiro Lafaiete, Francisco Sá, Ouro Preto, Pedro Leopoldo, Vespasiano, Raposos, Nova Lima, Contagem, Oliveira, e até mesmo por Belo Horizonte pesquisando as raízes do Congado mineiro.
Aproximou-se de fontes vivas, pessoas que, através da tradição oral, fazem o Congado acontecer, e o tornam atual e genuíno na tradição mineira. Os ternos e guardas que compõem o Congado tomam conta das ruas dessas cidades como louvações aos santos, num verdadeiro ritual em forma de um cortejo real festivo, capaz de atrair os olhos e corações até daqueles mais distantes de qualquer referência religiosa ou mítica.
Yuri Popoff teve contato com o universo ímpar de significações presentes no Candombe, Moçambique, Congo, Catopê, Marujada, Caboclinhos e Vilões, cada um com características e funções próprias nas festas e rituais com suas cantigas, danças, instrumentais e trajes típicos. Yuri Popoff pôde obter valiosas informações e experimentar o Congado mineiro de uma maneira intensa e muito particular. No processo de desenvolvimento da pesquisa, essas manifestações vieram a incorporar o seu universo sonoro acrescentando uma diversidade rítmica e melódica bastante distinta, abrindo uma nova perspectiva em sua produção e criação musical.
Desta pesquisa, resultaram além de dois álbuns musicais - “Catopê” e “Lua no céu congadeiro”, também o livro escrito em parceria com a pesquisadora Cecília Cavalieri França, “Festa Mestiça – O Congado na sala de aula”. Este livro tem fundamento didático, direcionado ao ensino de crianças entre 08 e 12 anos, através de educadores da área musical, de história e de artes. Propõe o ensino da história do Congado, da arte musical e plástica, através de textos, gravuras e partituras, acompanhando CD-ROM.
Profissional reconhecido pesquisou e lecionou na Universidade Estácio de Sá, dando aulas de contrabaixo e técnica instrumental por um período de 16 anos. Participou do Projeto TIM Música, 2007, como professor e maestro, dentre outras atividades formando, com alunos e membros das comunidades, apresntou um show que homenageou o movimento musical “Clube da Esquina”, com Toninho Horta, Tavinho Moura, Lô Borges, e a Orquestra Brasileira de Minas Gerais, novembro de 2007, no grande Teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte – MG.
Yuri Popoff integra a Orquestra Fantasma que acompanha o músico guitarrista e compositor, Toninho Horta, há mais de 25 anos. Participou de diversos festivais nacionais e internacionais de música e jazz, além de compor arranjos e harmonias em parceria com o músico.

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